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terça-feira, 28 de abril de 2009

ESTRUME

O que aduba
meu pé de poesia
é o estrume do boi
marcado a fogo
que rumina versos
contra o opressor.

É o bagaço de cana
moída no engenho de ferro
que traz no gosto da rapadura
o amargor de vidas
também moídas.

são as toras dos babaçuais
estendidos no chão
pelo machado da ganância
que devasta não apenas florestas
derruba Chicos, Josimos,
Margaridas...

O que fez brotar e alimenta
meu pé de poesia
é a certeza que esses
versos em flor
romperão cercas
fecundarão roçados
e saciarão barrigudas
famintas de
justiça terra e
pão.


Lilia Diniz, poetiza maranhense

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