Quero plantar na terra de onde vinguei,
soltar entre os dedos a semente acariciada ao vento,
rasgar as entranhas do solo em busca da luz,
e ao respingar da chuva
rebentar-se em flor
e num grito de vida, transforma-se em morte.
Porque nascemos para a morte?
sou um átomo numa cadeia cíclica,
onde a vida nasce, vive e morre,
jogo da sorte,
bússula que nao domina nem sul nem norte,
Morte-vida, vida e morte.
Professor Miltom Teixeira
terça-feira, 28 de abril de 2009
VIDA-MORTE, MORTE-VIDA
Postado por Centru Maranhão às 10:53 0 comentários
O arame é uma peste
O arame é uma peste!
As entranhas da terra,Cansadas de serem violadasPelo discursoPelo vácuo dos arames,Estão abertas!
E lá sangragrito dos despossuídos
E a mão camponesa acenaSua hora!arado irá vingar-lhesRevirar seu mantoE o crepúsculo da vida...
Tudo plantoPorque o caos envergonha os ciosPorque defronte a minha frenteEstá o arameCometendoassassinato!E milhões de cifras rondando impunes
Tudo plantoPorque o poema não é apolíticoPorque na minha mão vaiUma bandeiraE as ferramentas de comporNotas de justiça...Porque seguro abertamenteA flor grávida de rebeldia!
Charles Trocate
Postado por Centru Maranhão às 10:22 0 comentários
ESTRUME
O que aduba
meu pé de poesia
é o estrume do boi
marcado a fogo
que rumina versos
contra o opressor.
É o bagaço de cana
moída no engenho de ferro
que traz no gosto da rapadura
o amargor de vidas
também moídas.
são as toras dos babaçuais
estendidos no chão
pelo machado da ganância
que devasta não apenas florestas
derruba Chicos, Josimos,
Margaridas...
O que fez brotar e alimenta
meu pé de poesia
é a certeza que esses
versos em flor
romperão cercas
fecundarão roçados
e saciarão barrigudas
famintas de
justiça terra e
pão.
Lilia Diniz, poetiza maranhense
Postado por Centru Maranhão às 10:18 0 comentários