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sábado, 29 de janeiro de 2011

Aniversario do Sindicato dos Trabalhadores Rurais


João Palmeira Filho, o Palmeirinha (filho do primeiro presidente - João Palmeira e Manoel da Conceição - Liderança camponesa do Maranhão.


Hoje é dia de festa, aliás FESTANÇA, o STTR – Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Imperatriz, festeja juntamente com seus sócios 44 anos de existência. O encontro festivo acontece em sede própria, Rua João Lisboa, Centro. A luta, as conquistas, os dirigentes serão lembrados hoje por todos os presente. Dos presidentes sindicais de Imperatriz, a quebradeira de coco, Maria Querubina destaca-se por ser única mulher a ocupar essa cadeira.

O ex-deputado estadual Valdinar Barros, é também uma importante figura no esquadrinhar desse movimento. Haja vista que todo a sua escola de vida se deu nos bancos desse movimento.

Outro líder camponês que contribui consideravelmente para a reestruturação politica do Sindicato é Manoel da Conceição. O Mané que sempre relembra que o STTR também já teve seus dias de” peleguimos”


Somente para relembrar um pouco do histórico:


Na região Oeste maranhense o STTR, nos idos anos da década de 60, mais precisamente no dia 29 de Janeiro de 1967. Fundou-se o STTR – da grande região da tocantina, com sede em Imperatriz. Caminhando lado a lado com as outras organizações camponesas na peleja de posse da terra para os trabalhadores das regiões sul e oeste do Estado do Maranhão. Desempenhando assim uma das suas finalidades: “A construção da solidariedade, pois é somente na união e na organização que os grupos organizados poderão garantir seus direitos e estabelecer relações de justiça e igualdade (GUARESCHI, 2006, p 129)”.

Nos registros históricos da constituição do STTR de Imperatriz, exalta-se a contribuição política de um migrante paraibano o Sr: João Palmeira Sobrinho. Juntando-se a outros companheiros irmanados pela mesma idéia de resistência aos conflitos existente no campo, totalizando uma coletividade de 93 lavradores. Atualmente ainda é possível encontrar sócios fundadores que contam a sua história inicial.

Vale salientar que, o sindicalista João Palmeira, “foi morto em uma emboscada juntamente com um companheiro no dia 08 de janeiro de 1975, numa fazenda chamada Rio do Sono na região de Buriticupu” (Documento intitulado: A HISTÓRIA DE NOSSO SINDICATO). O objetivo com o assassinato dessa e de outras lideranças camponesas não chegou a ser alcançado, por seus algozes, haja vista que o sindicato de Imperatriz, nunca fechou as suas portas e cada vez mais emerge novas lideranças que abonam a continuidade da luta. O exemplo disso é a grande festa durante todo o dia de hoje, que pode ser conferida. Parabéns trabalhadores e trabalhadoras Rurais de Imperatriz.

Texto: Vanusa Babaçu

Fotografia: Maria José Barros

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O FENOMENO DAS MONOCULTURAS E O FENOMENO DO TRABALHO NO BAIXO PARNAIBA MARANHENSE




As vidas dos trabalhadores agroextrativistas do estado do Maranhão se acercam de solicitudes, apreços e afagos provenientes dos imprevistos que vez ou outra atendem a um desígnio fatal como se a falta de previsão e de provisão risse a toa sobre o futuro alimentar, futuro energético e futuro ambiental da sociedade para o puro deleite das monoculturas de eucalipto, soja e cana.
As monoculturas incidem diretamente sobre as realidades socioeconômicas de uma região sem que isso corresponda a uma mudança significativa nos desígnios hierárquicos a que se submetem os setores menos favorecidos da sociedade.
Isso acontece porque o fenômeno das monoculturas se localiza no extremo da vida econômica e social de uma comunidade que é o ramal da produção enquanto que o ramal do trabalho é ignorado pelas fontes de financiamento dessas monoculturas. Elas refratam quaisquer tipos de crítica que burilem a História em seus aspectos menos óbvios, os quais pouco se observam na análise do fenômeno das monoculturas.
Congratula-se as monoculturas o tempo todo em tudo o quanto, principalmente, por elas representarem a modernidade nesse momento da vida econômica e social. Essa faceta sobeja recursos econômicos, sociais e tecnológicos o que ganha pontos perante parte da população, afinal quem quer fica pra trás quando se vê a maioria aderindo ou quando se vê o futuro bem a frente? Quanto de recursos econômicos os bancos emprestaram ou entregaram de mãos beijadas para os plantios de monoculturas? Que bancos e que fontes foram e são esses? Por quais caminhos esses recursos trilharam até atenderem os seus respectivos projetos?
A história moderna do capitalismo é a história da organização, reorganização e da desorganização do trabalho a partir da ótica da produção. Para o capitalismo, torna-se imprescindível a desorganização do trabalho como forma positiva de segmentos da sociedade gerarem suas próprias riquezas e seu bem-estar porque dessa forma o que for gerado de riqueza não se voltará mais para o bem-estar da sociedade como um todo e sim para o consumo individual de bens supérfluos que contribuem para a alienação do individuo dentro do sistema. Cada vez mais alienado, o individuo produz e consome qualquer produto sem se tocar para o seu destino ou sem se tocar para sua procedência.
Afora as suas façanhas que se notabilizaram como conquistas da humanidade, o capitalismo se esmerou em apagar as pistas dos seus procedimentos ao mascarar a sua perda de criatividade no campo da produção. Quase sempre, o capitalismo obteve sucesso nesse desenlace. O sistema recompensa a criatividade na produção e recompensa a produção da criatividade como seus atributos indissociáveis desde que a criatividade e a produção estagnem no seu campo de atuação porque ao estagnarem o capitalismo renova seus votos de pleno afeto e de plena confiança em relação aos que produzem e aos que consomem. A culpa da estagnação não é do sistema e sim das pessoas, do seu modo de vida e do seu modo de pensar. A culpa enseja nas pessoas o clímax da produção e da criatividade.
As comunidades da Santana, do Ingá e de São Felipe, município de Urbano Santos, Baixo Parnaiba maranhense, escutaram muito que seus modos de vida e de pensar envelheceram num mundo tão dinâmico. A Suzano, além de desmatar o Cerrado e plantar eucalipto em quase mil hectares, acomete os trabalhadores rurais dos povoados com projetos de plantarem suas roças em pouco espaço físico. A empresa quer que os trabalhadores rurais encampem a dadivosa idéia na qual agricultura familiar convive na boa com plantios de eucalipto em larga escala. Na modalidade de assessoria praticada pela Suzano, os agricultores suplantam séculos e séculos de roça no toco e de extrativismo de frutas com um projeto de horta comunitária. Como se vê a Suzano, em menos de um ano, arrebatou completamente o campo trabalho de três comunidades agroextrativistas de Urbano Santos para seu projeto de plantios de eucalipto em todo o Baixo Parnaiba e para toda a população da região alardeia a vinda de uma fábrica ou para Chapadinha ou para Santa Quitéria. Essa fábrica forneceria pequenos bloquetes de madeira para a Europa que os transformaria em energia térmica a fim de afugentar o uso do carvão mineral em suas casas durante o inverno.
MAYRON RÉGIS